terça-feira, 22 de maio de 2007

Saudades de um tempo que eu não vivi


Que saudades daquela época que eu não vivi, quando ouvíamos The animals e sentíamos orgulho daquela influência do som americano, meio blues, sabe??? Eu também lembro que depois de uns anos, infelizmente eu não vivi a época dos grandes sonhos de paz, quando lembrando “A Marselhesa ”, os Beatles diziam que o que eu precisava era de amor. Como conseqüência, anos depois, lembro de não Ter vivido o movimento hippie, que pregava o amor livre, que talvez seja o que está faltando na sociedade de hoje para diminuir a violência e acabar com as guerras contemporâneas. Mas não digo que está faltando só o amor livre como sexo, mas o amor livre no seu sentido mais puro da palavra: Liberdade para amar a todos, e não só aqueles que não causam perigo para o aumento de seus lucros. Naquela época, lembro que não vivi o sonho do socialismo, onde as pessoas, por pura fraternidade, acabariam com as classes, pois o Estado daria tudo o que, por justiça, o cidadão precisasse. Esse sonho foi antes que os países capitalistas colocassem na cabeça do cidadão de bem que socialismo é stalinismo (aliás, que idéia sem cabimento.... só pessoas preocupadas como vão conseguir mais riquezas e, por isso, sem tempo para pensar, poderiam acreditar numa idiotice como essa!!!). Era tão bom pensar que o mundo seria mais justo só pela qualidade natural do homem em ser bom, e que os poucos injustos que estavam atrapalhando o formação de um mundo igual teriam seu trabalho atrapalhado pela bondade humana.
Também tenho saudade de não ter vivido a época de quando a música era usada como objeto de cultura, de transmissão de idéias, para a diversão, enfim... e não somente para o lucro daqueles que a produzem (ATENÇÃO: Daqueles que a produzem, e não daqueles que a fazem. Sabemos que só ouvimos o que os grandes conglomerados produtores de música autorizam tocar nas rádios), e eu não era obrigado q ouvir coisas como éguinha pocotó, entre tantas outras. Se a humanidade fosse realmente do jeito que sonhávamos, as pessoas lutariam contra essa massificação musical da forma mais pacifica possível: O que elas não gostassem, elas não ouviriam, e o que elas gostassem, elas fariam o máximo esforço para manter vivo, indo a shows, mesmo que não muito divulgados, indicando para as pessoas. Mas é muito mais fácil não pensar no que se gosta, e ouvir qualquer coisa que digam que é bom. Ter espírito crítico nunca foi uma coisa fácil, mas na época que nunca vivi, eu ainda tinha esperança de que isso fosse possível.
Também tenho da saudade daquela época que, infelizmente, eu não vivi, quando todas as maneiras possíveis eram utilizadas para acabar com as guerras injustas (Leia-se: todas. Afinal, nunca existiu uma guerra justa, mas só em interesses de alguns, que por coincidência ou não, eram a elite dominante de pelo menos um dos países envolvidos... Sempre foi assim). Existiam músicas engajadas, que influenciavam as pessoas a fazer algo. Hoje em dia estão acontecendo horrores em vários lugares, principalmente no Oriente Médio, e nenhuma música sobre isso estourou nas rádios do mundo inteiro (Salvo a exceção daquelas músicas feitas no começo da invasão americana ao Iraque, mas como saiu de moda o tema, Madonna , Green Day e cia também perderam o interesse na rentabilidade da guerra). O engraçado é, aqui no Brasil, que com certeza será o alvo dos países neo-imperialistas devido a nossa flora necessária como Segunda via para o petróleo, e nossa reserva de água que está cada vez mais escassa, não estar acontecendo nada em nossa cena musical que alerte os ouvintes a uma precaução com o futuro. Ao invés disso, nosso presidente “que depois de velho não quer ser mais de esquerda” (outro parênteses: Isso mostra como ele nunca foi de esquerda, mas apenas alguém da classe média que queria entrar para o clube dos ricos a força, e a maneira que pensou para conseguir seus objetivos foi através da política – aliás, essa é uma maneira corriqueira de se entrar para o clube dos 13 da política) recebe o cara que mais comete injustiças com o mundo inteiro como se ele fosse um deus. Nessas horas eu tenho a mais pura inveja de nossos hermanos latino americanos, que estão colocando aqueles que realmente defendem a soberania de seus respectivos países. Mas as próximas eleições chegarão e as minhas esperanças renascerão.
Sei lá... Eu ainda tenho esperança da ação revolucionária da música, mas não só nisso: Tenho esperanças de que a música seja usada para coisas além de construir um operário Beta (era óbvio fazer projeções como Orwell)... O mundo está esperando VOCÊ FAZER ALGO!!!
Ass: Norris, Chuck Norris

4 comentários:

  1. Não só as suas esperanças renascerão..as minhas também...e de todas aqueles que ainda acreditam na verdadeira revolução! Bem colocado a parte da música...vale lembrar que aqui também tivemos a participação do Tom Zé na manifestação musical..Infelizmente ele só fez uma música...e deu as mãos com a Madonna e o Green Day...
    Imagina um disco com varios músicos tocando só música de protesto!! (não precisa ser necessariamente um disco punk) massa! Bom...quem sabe..isso aconteça com o tão sonhado Sputnik! Ah..vai saber se o futuro da música não está realmente no Funk Carioca e na nova onda do Forró???? Brincadeirinhaaaaaaaa....

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  2. Maravilhosa postagem essa sua! Realmente, não só na música, estamos carecendo de referências que nos inspirem e nos dêem animo novo... Enfim, deve ser um mal dos tempos atuais esse marasmo, essa desesperança e comodida. Mas ainda há um resquício de forças!!!

    Stallone

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  3. o q vc tem contra a eguinha pocotó??

    ass: MC Naldinho

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